Sofrimento não me é caro,
É bom a mim:
(Se te é caro,
deixa-me ajudar-te)
À vastidão eu o cultivo.
(Lhe ofereço.)
Amor inalcançável
            Calor que queima antes do toque;
De beleza que se vê,
          beleza que cega e que guia
A cantar meu nome,
Beleza que beira a tragédia;
Encanta-me e some,
Beleza que beija a tragédia.
Amor que não se consuma
E que me consome
E que me encanta
E que me cansa!...
          E que me encanta, e que me devora; e que me some
E que me volta.
          (sem volta; e sem voltar...)
Sofrimento, eu o abraço
          de volta
Enquanto me possui
Canto o prazer da alma.
Deleite profundo,
A fundo me cava,
                    me penetra
Abstrata ereção do imponderável.
Vai,
Torna-me eu,
Vem,
Entorna-te em mim
(De novo e novamente,)
Faz amor – seja: que sejamos; sejam.
Se cumprimentam, se beijam, se amam
Se comem
          E se vomitam; vísceras a dançar.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
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3 comentários:
isso é teu, idj? se for tu eh um merda, por ficar escondendo o jogo esse tempo todo!
realmente, é tão mastigante, a língua gosta de ler, é bonito!
a segunda estrofe especialmente sonora, o fim se entranha todo
meio difícil, mas se ganha vestido em sombras sedutoras
só me incomodou a quarta estrofe com 'abstrata ereção do imponderável' que saiu-me como uma pedra abstrata no estômago.
A imagem de uma "pedrada abstrata no estômago" é genial!! hahahahah
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