quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

"- pai, por que é que as estrelas morrem?
porque elas brilham muito em vida..."

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Espaço é pouco
Em Haikai, é dificil
Terminar o que

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Galo galo

(Ferreira Gullar)

O galo
no saguão quieto.

Galo galo
de alarmante crista, guerreiro,
medieval.

De córneo bico e
esporões, armado
contra a morte,
passeia.

Mede os passos. Pára.
Inclina a cabeça coroada
dentro do silêncio
- que faço entre coisas?
- de que me defendo?

Anda.
no saguão
O cimento esquece
o seu último passo

Galo: as penas que
florescem da carne silenciosa
e o duro bico e as unhas e o olhos
em amor. Grave
solidez.
Em que se apóia
tal arquitetura?

Saberá que, no centro
de seu corpo, um grito
se elabora?

Como, porém, conter,
uma vez concluído,
o canto obrigatório?

Eis que bate as asas, vai
morrer, encurva o vertiginoso pescoço
donde o canto rubro escoa.

Mas a pedra, a tarde,
o próprio feroz galo
subsistem ao grito.

Vê-se: o canto é inútil.

O galo permanece - apesar
de todo o seu porte marcial
- só, desamparado,
num saguão do mundo.
Pobre ave guerreira!

Outro grito cresce
agora no sigilo
de seu corpo; grito
que, sem essas penas
e esporões e crista
e sobretudo sem esse olhar
de ódio,
não seria tão rouco
e sangrento

Grito, fruto obscuro
e extremo dessa árvore: galo.
Mas que, fora dele,
é mero complemento de auroras.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Grito

Me sobe
num rompante
pela garganta
o fogo
a foice
a forca
a fada
e nada.
NADA(eu grito)!


Eu grito.
mas que grito eu?
grito os nãos
os sim
os ais
os tais
e principalmente
os porquês.


Grito.
Grito...
GRITO!
Mas me divirto
rolo
esfolo
e regrito
à condição
dos eternamente futuros.


GGGGRRRRRRRR
IIIIIITTTTOOOOO
OOOOOOOOO!!
o grito mudo
dos muros
das ruas
das cidades
das multidões:
O grito preso
inconcebível
imprevisível
despretencioso
que toma de assalto
rasgando asfalto
e corações.

Desabafo da madrugada

Vivemos à espera da morte
Cada dia passado neste mundo ingrato
Dela nos aproximamos mais
Mas jovens, sonhadores, semideuses
Ignoramos sua possível iminência.

Mas a possibilidade em si
Indiscutivelmente improvável
Ainda que tangível
Já diz por si só.
Remota, não nos atormenta a inexistência.

Bati-lhe os olhos e já sabia
Apaixonadamente perdido me entreguei
Mesmo sabendo que me entregava ao carrasco

A morte do mundano é certa
No entanto, como a vida
Seu fim é longínquo e inconcebível
Não conosco, por outro lado
Nosso amor já nasceu moribundo.

De nossa conexão terminal
Cujo desfecho previa desde os primórdios
Aproveitei cada segundo, cada suspiro
Pois subitamente este poderia ser o último

E a cada última gota sorvida
Da fonte que inexoravelmente se secaria
A esperança do infinito, do eterno, dava-me a vida.

Até que, tranqüilo, respirei
Mas onde estava o ar que me animava?
asfixiado e atônito olhei em volta
Caia no abismo, na escuridão, no nada

Morremos. Mas, incrédulo, vivo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O menino trovador
vê nas chuvas de verão
as gotas que outros viram

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O escuro com o encontro

"Essa aceitação de um infinito inexplicável mata a subjetividade de tudo..."


Os quatro despertaram quase simultaneamente. Nada se via, nada nada, e isso assustava aos quatro. Era úmido, o frio, e abafado, o local. O medo preenchia a vasta escuridão. Por não compreenderem ao certo o que se passava, permaneceram calados. Um ruído, muito provavelmente o som do silêncio, parecia mantê-los grudados ao chão. Todos recolhidos em si mesmos, pouco tentavam ante a escuridão
O primeiro a pôr-se sobre as pernas hesitava então. Mas deu o arriscado passo. Viu que era bom, e espalhou a notícia aos outros, cuja presença acabara de atestar. A respiração uns dos outros era a única coisa capaz de romper o silêncio, e quando dialogaram pela primeira vez, foi um alívio.
Perguntaram-se o que fariam, e, assustados, calaram ante o desconhecido uma vez mais. Foi o primeiro vulto erguer a voz em tom de surpresa:
- Eu encontrei uma caixa de fósforos no bolso!
Era o que precisavam! Apressadamente ele tirou do bolso a caixinha, e constatou, em desalento: apenas sete palitos.
Acendeu o primeiro, rapidamente, e pode ver o rosto da moça ao seu lado. Parecia bela. Olhos bonitos, ela tinha... Quando ia enfim contemplar seu rosto na totalidade, o fósforo se apagou.
A fria realidade voltara. Apressadamente acendeu outro fósforo, desta vez podendo ver apenas em parte aquele rosto, ao seu lado, que o intrigava.
Foi comentar a terceira pessoa que lá se encontrava:
- Procuremos alguma saída. Você não vá gastar todos os fósforos de uma vez!
Concordou com ele, apesar de não tê-lo agradado o tom de autoridade que utilizara. Os dois rapazes puseram-se, então a tatear, buscando algo que os indicasse como sair dali. Ao perceber o afastamento deles, a moça, entre eles, temeu, e ajoelhou-se. Chorava copiosamente. Rezava pedindo ajuda e proteção, mas seu choro, como sua reza, trouxe-lhes apenas impaciência dos outros dois. Ela, recusava-se a colaborar.

O quinto fósforo terminara há pouco a sua combustão.
O quarto sujeito, que até então não se pronunciara, por fim, põe-se de pé e arrisca alguns passos. Enquanto os outros dois circundavam a escuridão, e cada vez mais se distanciavam e distorciam o quanto já houvessem descoberto, o espaço parecia aumentar a cada momento. Parecia estender-se para além de onde se podia chegar. O entorno de cada um dos quatro estava à mesma distância de qualquer saída possível. E tal consternação, a angústia de sentirem-se sós, num, impelia-o mais e mais a explorá-la, a compreendê-la. Ao outro, provocava-lhe um estranho desconforto, que a sua maneira buscava enfrentar, ou defender-se.
Ajoelhada, a bela moça era consolada pelos dois rapazes, cujas vozes se distanciavam cada vez mais. Todo esforço, porém, era vão. Suas lágrimas não pareciam bastar. O sexto fósforo ardia ao longe.
Vendo o choro incessante da dama, o quarto sujeito, e o mais calado entre eles, se aproxima. Perdida em suas salgadas preces que escorriam os olhos, ela mal percebe sua presença. Porém, quando se acende, distante, o sétimo e último fósforo, ela o vê, diante de si. Estende a ela o braço, como a convidar para algo que não sabia ao certo. Por que desconhecido motivo, ela se levantou e pegou em sua mão. Ele a puxa para perto, seu tórax contra o dela, ela o sente respirar. Quando vê, estão a bailar, ao som de uma belíssima valsa imaginária. O silêncio tornara-se em música, que a seu critério os embalava por aquela escuridão imensa.
O último fósforo, por fim, se apaga. E eles novamente estão perdidos, sozinhos; a dançar.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Ba

Texto de autoria conjunta de Tigre, Chong e Lumière

Em preto-e-brando
,ou colorinco,
o caminho das estrelas
cinzeia

E se colore
arco-íro

Verde, lilás, laranja,
azul, papel

amarelo, pêra

pizza:
uma das coisas bonitas da vida,
bunda,
cu!
cu mesmo!

Deus... chave,
cheiro,
massacres
e motosserras

de Plutão para outras terras,
comendo cu e torresmo,
a minhoca das estrelas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Poema para ti

Liberdade.
Te soletro,
Li-ber-da-de.
Te filosófo, te cientifíco, te legislatizo
e também te erro.
Te inverto,
te viro de ponta cabeça,
te leio de trás pra frente porque posso.
Edadrebil, Liberdade.
Sou livre!
E portanto te sangro,
te disseco,
te gotejo,
L
i
b
e
r
d
a
d
e.


Do nada te crio e ao nada te justifico.
Te compro feito puta,
te uso,
te exerço,
te amo!
E tambem te odeio.
Necessito de ti e para ti necessito.
Te possuo,
te estupro,
E te perco em devaneios.


Te glorifíco, te adoro, te idolátro
e nem ao menos conheço teu rosto.
A ti, por ódio, descreio
e por amor descrio.
Te escravizo,
te assassino,
te suicído,
te apago,
e sou livre.

Liberdade...
Liberda...
Liber...
Li...
...

quinta-feira

o tempo de física
de  mo  ra   mui   to
e é c
on
f
us
o

jáotempodehistóriapassarapidinho

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A ilha do amigo

Mesmo que a comida começasse a parecer-lhe repetitiva, mesmo que o sol começasse a queimar-lhe o corpo, mesmo assim ele sorria. Por que afinal, era o que lhe restava. Já faziam uns quatro ou cinco dias que seu barco naufragara; não sabia direito, estava meio desorientado. Culpa da comida pouca, talvez, ou quem sabe a insolação.
Nenhum sinal de vestígios ou dos outros tripulantes. Sorte ou azar sobreviver? Ainda não se dera conta da tristeza dos fatos. Estava sozinho, perdido, indefinidamente. Nessas horas faz-se valer a sobrevivência, tristeza não tem vez. Cogitou uma mitose, queria um amigo para conversar, mas lembrou-se que os mamíferos não possuíam tal capacidade de duplicação. Riu-se. Lembrou também das aulas de biologia, dos tempos de escola. Bons tempos aqueles...
Se lhe coubesse a decisão, quedaria eternamente naquelas boas memórias. Mas a maré crescente logo o trouxe de volta à escaldante realidade. E pela primeira vez entristeceu. As costas ardiam, o coco, sua fonte de alimento e bebida, já estava quase acabando; não sabia quanto tempo mais agüentaria.
Que saudade dos amigos!, da família! Queria falar, botar pra fora, expressar-se, mas pra quem? Escrevia SOS’s na areia, enfeitava-os, aprimorava-os, mas alguém os avistaria?
Quando percebeu estar à margem da loucura, resolveu extravasar. No tronco do coqueiro, embaixo do qual dormia, desenhou um rosto. Para isso usou uma pequena pedrinha pontiaguda que encontrou, e na falta de um nome melhor, chamou-o Amigo. Amigo mesmo, não Amiga. Tal era o ócio em que se encontrava que pensou cada pequeno detalhe de sua personalidade. Julgou melhor fazê-lo homem para que pudessem desfrutar de uma maior afinidade. Imagina se ele se apaixona? Agüentaria estar perdido e ainda por cima mal-amado? Prevenção nunca é demais.
Amigo era um bom ouvinte, podia falar pouco, mas ouvia como ninguém.
Certa noite, a lua, de tão bonita que estava, comoveu o homem. E sabem como é, ele desatou a chorar. Apercebeu-se de uma possibilidade angustiante: talvez nunca o encontrassem! Talvez ficasse ali o resto de sua vida. Quem sabe a correnteza não o levou num percurso inesperado, onde ninguém jamais o procuraria. Ou talvez fosse aquela ilhota o último pedaço de terra desconhecido em nosso planeta, e por isso ninguém pensaria em procurá-lo lá. Até quando levaria adiante aquela farsa de conversar com uma árvore?
Mas por mais desesperadoras que fossem as possibilidades, algo surpreendente, inesperado, até, dizia-lhe que tudo acabaria bem. Um pressentimento, uma fé, uma ilusão. Mas que importava seu motivo ou sua origem, se tanto lhe apaziguava a mente. E ele riu uma vez mais. Deixou a pedra à beira-mar em que se sentava e foi para debaixo do coqueiro; porém, sem as lágrimas nos olhos de agora há pouco. Foi sorrindo, feliz.
Deve ter sonhado com os anjinhos essa noite, pena que o Amigo não teve a chance de perguntar. Mas o Amigo jura que foi acidentalmente que deixou cair um coco bem na cabeça do companheiro homem.

Sofisma do acidente

Quando ela passa, suas curvas - turvas - que a tantos apetecem e em nada me agradam atordoam. Ela se mostra indiferente – e mente -, a maliciosa. Eu, o ser frio e racional – secretamente passional – não atino. E morro por tal – já que isto me é vital. Olhar, entender, escrutinar – desfigurar -; vivo disso. Minhas contas e retas – quietas então – me abandonam. O chão, plano que desenhei com o maior esmero, segue o exemplo disto – existo? – e afunda.

Eu, pobre – pobre -, mesmo consciente, a sigo – me suicido. Empurra-me a malvada, mas ao passo que me distancio – vivo! –, aproximo. O emaranhado de equações que criei para me proteger – e prender – pouco sentido tem quando se trata dela. Morro? Morro? Morro? Vivo! Vivo! Vivo!

Movimento Machista

A minha geração me entristece
Nossas mulheres não são homens
Nossos homens, por outro lado, são mulheres
Apenas em seu estado embrionário, contudo

É isso! Nossos homens são menininhas!
E já me vejo em 20 anos na Parada do Orgulho Masculino..

(que será reprimida por nossas mães.. quero dizer, mulheres)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sobre a noite

inúmeras vozes narram
o inumerável; ausências castas
sobre as quais se encaminha
a madrugada

a noite é tão mais escura à noite
tão mais fria

a dimensão do escuro
não cabe em si mesma
e talvez por isso nos falte
compreender
a imensidão da noite

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Psicostasia

Duas belas moças se aproximaram de Osíris para que o Deus dos mortos pudesse pesar seus corações, sem que pudessem deixar de se inquietar perante a notável presença da besta híbrida sob os seus pés. A primeira delas sentia uma lufada de medo, renovada a cada olhadela que ela se arriscava a dar em direção à fera. Já a segunda tinha tanto medo de sentir medo que se ateve a certeza da leveza do seu coração.

Como ele poderia pesar mais do que o devido? Refletindo mais sobre a questão, ele não poderia pesar nada em absoluto! Afinal, ela havia vivido uma vida irretocável. A outra, infelizmente, não podia dizer o mesmo. Não é possível que se diga com precisão, mas provavelmente isto aumentava o seu nervosismo. De uma forma ou de outra, ela apenas esperava o momento no qual o prato da balança que sustentava o seu coração, tendo sido este posto em oposição a uma mera pluma, decairia, sentenciando-a à inexistência.

Sua surpresa, portanto, não poderia ter sido maior quando de olhos bem apertados para evitar um último contato com a monstruosa boca do seu algoz ela escutou da voz de Osíris. Ela estava livre para iniciar a sua jornada no mundo dos mortos. Após a certeza do fim, da agonia máxima, a moça estava em êxtase. A alegria mais intensa e genuína inundou o seu corpo, refletindo-se em cada centímetro do seu corpo. Era como se fosse de fato possível sentir a felicidade entrando em cada uma das suas células.

A segunda, ainda munida de sua inabalável segurança, entregou o seu coração e o admirou com tranqüilidade à espera do anúncio que resultaria na já esperada sentença. Um sorriso brotou-lhe à face em seguida. Um sentimento levemente quente e acolhedor se irradiou em sua superfície. Uma felicidade rasa, porém familiar. Não que isto a afetasse, vale a pena ressaltar, já que ela não era capaz de conceber a alegria como um sentimento multifacetado e diferente daquilo a que fora acostumada.

Não que fosse durar muito mais tempo de uma forma ou de outra, mas a evasão da sua felicidade deu-se de maneira mais rápida do que lhe era peculiar. Ao erguer seus olhinhos vitoriosos em direção a Osíris, o Deus não só permanecia calado, como era possível identificar um traço de incredulidade na sua fisionomia.

- Não é bom? – perguntou a moça, um pouco atônita nesse momento – Quero dizer, o meu coração é mais leve que a pluma! Não atesta a veracidade do que digo o fato do prato em que meu coração está alojado ter se erguido acima da pluma? Isto não é leve o suficiente?

- Excessivamente bom – respondeu o Deus do Mundo das Sombras - Segue teu caminho na morada dos mortos, você ainda possui toda uma eternidade para entender que a felicidade só existe em oposição à tristeza, a conquista em oposição à desilusão. Ao tomar uma rosa às mãos é difícil ser poupado pelos seus espinhos. Ainda assim, a rosa vale o corte, assim como o sorriso vale o choro.

E ela de fato chorou genuinamente pela primeira vez na sua vida. Osíris sorriu. Ele sabia que tinha salvado aquela bela moça.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Alcatraz

Levanta paredes, bicho-homem,
não é de bom tom que te mostres nu.

Levanta ao redor de ti as mais altas torres
e as equipa com teu olhar.
Afinal,
antes isso que estar só
nessa terra do Deus bom.

Anda, bicho-homem, anda,
não te permitas o ócio.
Encerra-te na cela mais funda,
e mais fria,
e mais cela,
nos calabouços de si próprio.

Para só então,
ao ver pela janela a vida que flui
sem ti, fora ti,
compreender que para se botar livre
é preciso um dia ter-se posto preso.

E sê bicho, homem.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Passareando

Ninguém sabe,
passarinho,
como viveres assim

em gaiola
(engaiola
engaiola!)

e que quereres de mim?
não compreendo assobios
nesses teus tons vazios
a quem tentas convencer?

Não te mantenho cativo -
fale, e te alforrio
mas fale até o alvorecer

ou engaiola-te,
assobia,
e faz-me o favor de morrer.



(Não gostei muito, mas rolou uma catarse brabíssima.)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

No escuro

no    scu o
eu    nã    v jo    n d
t nho    qu    tat ar
par
ac nder     a

L  U   Z

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

sorte de pluto: em plutão problemas são aventuras

não é um poema, é só a sorte de pluto

De tantas formas se pode amar uma pessoa

de tantas formas se pode
amar uma pessoa de tantas formas se
pode amar uma pessoa
de tantas formas
se pode
amar
uma
pessoa

terça-feira, 17 de novembro de 2009

ida

era de tarde, e o vento fresco assoprava
preparei o foguete, sentei no sofá
olhei pela ja nela e já estava em plutão
meus braços
pernas
força
te amolecem
mas
sua mão
boca
interior
se apoderam
do meu falo
já não possuo braços
pernas
força
já não existe eu,
nem você
meu gozar
termina
de nos misturar

-------------

sua boca a me chupar
não há em que acreditar
sua boca a me lamber
não há porque sofrer
sua boca a me engolir
é esquecer de rimar
sua boca a me conter
é me ter em gozo em você

-------------

quando fazes de quatro
o cu está a te encarar
seu olhar profundo
pede para você gozar

o cu ostenta uma bunda
que me fazes agarrar
mas seu jogo de pluma
só quer me fazer gozar

te agarro para não perder
mas sei que ele vai ganhar
sem ao menos lhe meter
logo estarei a gozar

-------------

chora
geme
e goza

te possuo
me possui
nos perdemos

-------------

gozar dentro da sua boca
é estar além do céu
não há nuvens
só mel

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

1o dia de férias:

amanha (ou hj, ja n sei mais)
agnt vai honrar a tradição
1o dia de férias, piscina do bola
e comer um pinpin boladão

sábado, 14 de novembro de 2009

Epigramas da Caça

Um trabalho conjunto dos Caçadores em suas reuniões ministeriais

Ali estamos na essência...
entre pêlos e beijos.

---

Vou meter meu falo
na sua bocetinha
canina.

---

Os olhos dão a dica:
estreitos e apertados,
dessa jeitosa china;
Ah, e como são profundos...
como fora aquela xana.

---

Balança, morena, balança...
enquanto chupa as bolas,
e eu coço a pança.

---

Comamos
seu rego;
depois
a queimemos.

---

Calma!...
Você está me
deixando pressio-
nad-
o
.

---

Só de blusa e suor,
despida de toda a vergonha,
eu te quero toda...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Soneto de um domingo bem cedo

Fecha a porta, quando você partir
se possível, que não demore
já deu minha hora de dormir
e eu detesto que me acordem...

Veste logo essa túnica inconstante
não é minha cama a tua morada
que pertences, de agora em diante,
ao coro das defloradas.

Leva esse corpo que à noite me foi tão útil
porém, matutino inconsútil
já não me serve de nada

Meu amor, sábado de madrugada...
eu que não fico só na punheta; fiz certo? não sei
ao menos comi tua buceta...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

conselho

um conselho:
ninguém por perto,
tubovermelho.

sábado, 7 de novembro de 2009

Poema no banho

Desenhei os teus olhos no esfumaçado do box
no vidro, a chorar, docemente
lágrimas xampu e camomila.
Teus cabelos escorriam gotas
suaves de melancolia
embaçando a tarde e tudo quanto
nela pudesse haver ainda...

De sua imagem, porém, qual flor
pouco restou
pétala, ou talo

foi-se, o nosso amor, com a água
pelo ralo.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Em vais e vens

Puta,
te farei mulher.

Todos, tua língua, teus lábios, tua boca,
ora são meus, meus servos de prazer.
Bebe-me todo, por inteiro - e coloca
esta tua saborosa greta a me lamber!...

Mulher,
te farei minha.

Adentro através em tua formosa fenda,
busco dela, por tudo, tuas delícias...
E nos ires e vires desta estreita senda
declama o êxtase, filho de tuas malícias.

Mulher minha,
te farei completa.

O que agora desejo é intimar teu fundo,
e não me terei saciado com nada por menos.
Se a graça não te concedeu um profundo
assim o farei! - mesmo sem a bênção de Vênus.

Agora
está completa.

E o troco está na mesa.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Suruba

Eu como
Tu comes
Ele come
Ela come
Nós comemos
Vós comeis
Eles comem

e tudo ao mesmo tempo

Festa da Paula

Paula dentro
Paula fora.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sexo em Plutão

Começou a temporada
De sacanagem em Plutão
É tempo de foder
E aposentar a sua mão

Cheiro de buceta
Impestia o nosso ar
Molhadas por ai
Esperando pra trepar

Quero ver uma suruba
De que Eros se orgulharia
Esqueça sua vergonha
E que começe a putaria!

Início da temporada erótica

Que podes ser falado
do órgão mais pomposo
por vezes apertadinha
por vezes voluptuoso
pode ser rosinha
até mesmo peludinha
tem as bonitinhas
e tem as malvadinhas

Do jeito que me olhas
lábios abertos, se querendo
a cena que se repete
desde que o mundo vai crescendo

nesse espetáculo da vida animal
além do mundo, também cresce o pau
acompanhado por explosões de momentos
vem o momento de explosão
em que o líquido gosmento
garante a fecundação

oh, como eh forte o tesão que sinto
pelos caracóis da sua cabeleira
é lindo estar no seu labirinto
ao som de sua peidorreira

e por prazer ou reprodução
todas as fêmeas dão...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Primeiro contato com gnomos

Se eu fecho o olho
o instante que seja,
sobe a fumaça,
um vulto passa.
Medo, é escuro, é sombra
é coisa que não devia
(então como pode?)
acontecer...
Um gnomo, e nada menos
que um gnomo eu vejo;
se não existe, o bicho,
por que eu o vejo?
Não há porque.
Não há
senão
gnomo.
É só o que meus olhos podem ver.
E ele me mira, os olhos profundos
tocam minha alma
e ela também
entristeceu
(O tic-tac do relógio, distorcido,
corre, pára, corre,
nem ao menos sabe
para onde vamos).

O gnomo, o gnomo é simples
seu aspecto verde
verde ideal,
platônico;
o gnomo é simples
grave e sóbrio
sóbrio como terra
como terno
paletó.
O gnomo permanece
qual soldado,
imóvel.
Gnomo, enquanto respiro
respira
e se pisco, pisca ele
ambos calados
qual bicho no mato.

Mirávamos um ao outro
fixamente,
e o medo que é meu
indiferente é ao gnomo;
– sombra, sombra, sombra,
tão longe o interruptor!
O quarto nunca pareceu tão amplo
e vasto
de medos.
Cada livro acompanhava
ansiosamente
o desfecho.
Que haveria de acontecer?
e mesmo eu
não previa
desfecho possível...

Morderia-me, a criatura,
ou temeria
a minha presença?
Pensa, aquilo?

Um instante
foi preciso,
distraí-me, um pisco
e eis que some
o gnomo
some

O gnomo
some

O.

Tem horas...

Tem horas em que a madrugada
não tem fim nem tem começo

Dois violões, uma tevê, um telefone,
você não me ligou hoje...

Tem horas em que a noite me leva
a embalar como fosse um berço

Outras tantas, me devora
o seu mistério, o seu medo

Você não me ligou hoje,
ainda...

Tem horas em que a madrugada
não tem fim nem tem começo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Conjunções

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

São Conrado

morro num lado
vivo no outro

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Suspiro

Ah, menina que passa
e que me leva consigo

Sopra, brisa que passa, minha pluma
que, tão breve, faz-me leve

Basta um sorriso de graça
que já somos e vamos e fomos

Oh, ingênua!

Mal sabe das vidas tantas que passamos,
que meus olhos em ti viveram

E como nesta houvesse muitas
minha vida e sua foram nossas

Ah, menina, e você - você nem sabe
como fomos felizes!...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Encontro casual

Um suave bailar entre túmulos
algo de infância na atmosfera sombria
– a imagem do túmulo, não como falta
absoluta, mas como ponte que simboliza
o elo entre estes dois mundos;
este mundo grave e cinza
e do outro lado
o .

Talvez isto explique o frio
excessivo àquele entardecer de domingo, em que
o encontro, senão trágico, o mais verdadeiro
se deu

Encontramo-nos e o baixo gávea
tão amigavelmente nos acolheu.
Quem diria, por entre as fendas
por entre os cantos ralos bueiros
dos mais surrados dos mais
mortivos
você me apareceu

Juntos enfrentamos o domingo
e o tédio e o bode e a culpa
a chopes e steinheagers
um fim de semana perdido
ou encontrado?

Como explicar senão pela falta
senão com silêncios, como explicar
senão com poesia
aquele suave bailar entre túmulos?

Um homem vendia rosas, bem me lembro,
mas nós nada compramos;
nada nos abalava, justo a nós que
por entre túmulos
suavemente
bailamos.

domingo, 18 de outubro de 2009

Mercado de pulgas

A solidão do mercador
não vale a dúzia do ovo
não vale o quilo da uva
A solidão do mercador
não vale o peso da fruta.

A solidão do comprador
não vale o quanto ele puxa
de labor cotidiano
A solidão do comprador
não vale mesmo o escambo.

A solidão do mercado de pulgas
tão só, como não há visto
tampouco há que se pretenda;
A solidão, no mercado de pulgas

não está à venda.

sábado, 17 de outubro de 2009

Haicai

Quanto menos
mais

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Simples

energia livre, espontaneidade, potencial, afinidade...
CNTP:

fujo da aula de química
e já estou segurando o celular
ensaiando, fazendo mímica
com vc eu quero estar

"pra casa."
quem não erra não consegue nada
agora e já
não veremos a tarde passar

há cem formas de se apaixonar
se há cem pessoas na Terra,
e cem formar de brigar
cem meios para criar a guerra

"este é o meu amor"
vc ouve meu segredo
e experimenta nua
até o sol se tornar lua

o tempo ainda caminha
e o silêncio da noite me fala
que em breve estarás sozinha...

((Te invejo.))

energia livre...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Comentário musical em verso

ou poema canábico



Falamansa

descansa

os meus

ouvidos


Quando é tarde

da noite

no meio

da noite


Barreiras caem

como frutas

da macieira

caem


Estranho

nunca dei valor

Falamansa canta

fala manso

o amor...

sábado, 10 de outubro de 2009

referencia a uma amiga

E o sorriso vem de dentro do peito

os pulmões sorriem

o ventre sorri

o cu sorri

a unha do dedo do pé sorri

a nuca sorri

as omoplatas sorriem

as orelhas sorriem

a testa sorri

até o sovaco sorri

tipo assim...

a boca acaba sorrindo, né, não tem jeito.

j.k.

algoritmos élicos segundo monte carlo

passo1: pegue um balde de mel
passo2: fique nu
passo3: derreme o balde em sua cabeça
passo4: sinta


N.J.

mel estragado

desconstruir a estética ou ignora-la?

o engraçado de tentar criar uma ilusão é que neste processo tudo começará a parecer uma ilusão.

experimentar a angustia existencial no seu âmago, ou festejar todos os gozos?

ligar os versos para construir ou desconstruir, tire o sentido, mude ou bote, é(sou) tão perfeito qto vc.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Novocaína

Sob as nuvens do psicotrópico
de capricórnio
a natureza, travestida em menina
(ou mulher?)
me instiga, vicia...

será essa minha sina?
– bem me quer, não me quer...

Quando a chuva, então, principia
sua queda delicada e fina
substância alguma
preenche o vazio;

são pétalas, apenas:
– bem me quer, não me quer...

Nostalgia

A principal distinção entre o amor romântico e o destinado à amizade é que o primeiro, como uma flor, desabrocha rapidamente desavisado de sua condição imutável: independente de quão forte é seu caule ou da exuberância das suas pétalas está à mercê das mais leves brisas.

Já o outro é planta que cresce preguiçosa, livre das tormentas que ameaçam as flores, sem possuir, contudo, a mesma intensidade destas. É semente que vinga despercebida e, quando se nota, já é árvore, perdurando por mais do que uma mera vida pode relatar. E ainda que seu tronco venha a envergar, suas folhas sequem e sua raiz já não sustente mais seu indelével peso, a história do seu crescimento e apogeu é incomparavelmente mais rica – e bela, talvez – que a de uma simples flor.
Um Casco
Dois Cascos
Tres Cascos

Meu coração acelera, assim que aperto start
Pois tudo é valido, no amor e no Mario Kart

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O pato desaprendeu a piar e virou prosa.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sexo-Amor

A distinção entre amor e sexo é tão em voga quanto hedionda. E, se concebível fosse, aleijaria o primeiro e deturparia o último.

Sexo sem amor é pura experiência masturbatória, alicerçada apenas pelas vaidades e inseguranças humanas. Perde seu sentido mais profundo – único, ousaria dizer.

Amor sem sexo, por sua vez, não só existe como é fomento indispensável da vida. Não obstante, extirpar-se-ia seu ramo mais profundo e misterioso.

O amor metamorfoseia-se de diversas formas; indiscutível. Assim como o expresso em palavras, há aquelas demonstrações mais ou menos concretas, mais ou menos explícitas, mais ou menos realistas.

Pressupondo-se que o amor está presente desde os primórdios, anterior à escrita, às cidades e às palavras - axioma que não abro mão - tinha ele que se expressar de alguma forma.

O sexo era seu código único e sagrado. Por conseguinte, eram dois elementos indissociáveis. Na realidade, um elemento só.

Aqueles tempos em que a linguagem universal era os instintos levam-me à conclusão: o sexo é a linguagem instintiva do amor.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Algo sobre o qual vinha me perguntando nos últimos tempos, para fins pessoais mais do que propriamente filosóficos, era as origens da felicidade. Como a absorvemos - se é que o fazemos? Porque certas coisas nos fazem feliz enquanto outras nem tanto? O que a constitui? É uma partícula, uma energia, existiria ela de fato? Mas o ponto principal era sobre o caminho que se deve trilhar no intuito de obtê-la.

Ao longo de anos me exauri tentando mudar os fatores exógenos que, em teoria, determinavam a insatisfação constante a qual eu estava submetido sem, contudo, bem suceder. Era incapaz de perceber que ter esta ou aquela garota, este ou aquele grupo de amigos, era indiferente na busca pela felicidade.

Sinto-me estúpido, hoje, ao realizar que esta é uma procura vã. A real felicidade, aquela plena e duradoura, está no nosso âmago. Precisamos ativar os nossos receptores interiores que captam as partículas – se é que podemos inferir à felicidade tal característica – máximas da vida, aquelas que, de uma forma ou de outra, são o objetivo único no plano carnal.

Que não se espere um estado de felicidade inabalável, por se tratar de algo utópico e ingênuo. Na realidade, isto tampouco é desejável, pois os momentos de tristeza são os que definem os alegres como tal.

Ter firmeza e bases sólidas para se apoiar ao enfrentar a infelicidade é onde reside o segredo da manutenção da felicidade. Por isso, proponho a máxima: encontre paz espiritual e equilíbrio carnal e serás feliz.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Comentário Musical

Comentário baseado na música Haiti, por Caetano Veloso e Gilberto Gil:

Estava, por ocasião do tédio, contando mentalmente aqueles a quem eu considero especialmente inteligentes, os que entre melhores se destacam.Curioso o resultado: Caetano Veloso e Gilberto Gil são simplesmente geniais. Eis aqui o por quê:

“E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina”

Colocam-nos, de cara, um problema. Caetano vai, causticamente, nos guiando por esta viagem de flagelação da consciência. Em grave silêncio, escutamos:


“Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos””

Várias são as citações relativas à época em que foi feita a música, enquanto, no pensamento, a encenamos em paisagens brasileiras. Uma tragédia tropical... A música continua, e é cada vez mais profundo o mergulho neste gueto da mente:

“E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba”

O auge da questão, enfim, está para aparecer. A melodia nos encaminha seu motivo de ser, quando, tomado por uma fé profunda, não se quer nada mais que a resposta. Diz, Caetano!
“Pense no Haiti, reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui”

Que forma mais brilhante de não concluir um raciocínio! O Haiti tanto é aqui, quanto não é. Compara-se a Einsten, e apenas, quando teve a genialidade de responder que as particulas subatômicas se comportam, simultaneamente, como onda e como matéria. Isso sim é arte... Gratos sejamos ao fato de que a cada um coube a genialidade devida.
Imagine Einstein cantando que
"O Haiti é aqui..."

Menos mal. Pior seria ver o Caetano Veloso, mais Gilberto Gil, tentando convencer cientistas de que a particula subatomica é, ao mesmo tempo, onda e matéria.


N.A.: Ou autor não se responsabiliza pela veracidade do conteúdo científico.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

sucessão

Sempre que chove
Lembro São Paulo

Sempre que pulo
Espírito Santo

Sempre que sento
Lembro Rio

Sempre que rio
Esqueço

Teoria I

Já dizia Aristoteles:
Só no ambito do Polis, um homem pode ser verdadeiramente feliz.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Mistério do planeta

O mistério do planeta
revelou-se, por fim, uma farsa
umas pétalas esparsas
que o vento levou faz tempo;

o processo de cicatrização
das flores
é lento.

O mistério do planeta
revelou-se, por fim, intempérie;
nada que a indiferente
natureza não se encarregue:

quer mais rápida
ou mais dolorosamente.

Lágrimas não afogam o momento
e bem o sabe, o mistério do planeta;
toda fuga é imaginária
e,
ao revelar-se, por fim
em sua intimidade mais dolorosa

mostra-se mais planetária
e ainda mais misteriosa.

Sendo, sofrer

Sofrimento não me é caro,
É bom a mim:
(Se te é caro,
deixa-me ajudar-te)
À vastidão eu o cultivo.
(Lhe ofereço.)

Amor inalcançável
            Calor que queima antes do toque;
De beleza que se vê,
          beleza que cega e que guia
A cantar meu nome,
Beleza que beira a tragédia;
Encanta-me e some,
Beleza que beija a tragédia.

Amor que não se consuma
E que me consome
E que me encanta
E que me cansa!...
          E que me encanta, e que me devora; e que me some
E que me volta.
          (sem volta; e sem voltar...)

Sofrimento, eu o abraço
          de volta
Enquanto me possui
Canto o prazer da alma.
Deleite profundo,
A fundo me cava,
                    me penetra
Abstrata ereção do imponderável.

Vai,
Torna-me eu,
Vem,
Entorna-te em mim
(De novo e novamente,)

Faz amor – seja: que sejamos; sejam.
Se cumprimentam, se beijam, se amam
Se comem
          E se vomitam; vísceras a dançar.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Uma flor é só uma flor
no jardim, na varanda...
Uma flor, o que é
senão uma planta?

Não flutua no espaço,
não paira, por mais tentador
que parecesse, fazê-las etérea,
ao Criador...

Uma flor, como qualquer outra
planta, cresce na terra
e também ela não a germinou.

Uma semente deu origem à flor,
ou terá sido o pólen?
E entre elas, não são as mais belas

– as que nunca se colhem?

comentário

"e que os proto-wannabe-pseudo-escritores desta joça tomem no meio de seus cús. cús mesmo. os gemidos serão agudos, tenho certeza."

Tigre de Bengala

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Sistema Internacional do Séc. XXI

Estamos no Rio de Janeiro, tendo aula de RI com um professor alemão de Berlim, que veio da Inglaterra e está falando português.
Ah, a globalização...

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

A grande frase

Rodrigo era um rapaz de poucas palavras. Largara a escola no segundo ano e como hobbie tinha apenas a leitura. Não praticava nenhum esporte e não ouvia nenhuma música. Mas tinha um sonho. O sonho de inventar a melhor frase de efeito do mundo. Tinha esse sonho desde que nasceu. Sentia que cada pessoa nascera destinada para uma certa coisa, e a sua certa coisa era criar a melhor frase de efeito do universo, melhor que qualquer provérbio chinês ou ditado popular já dito antes.
Queria algo dinâmico, forte. A frase das frases. Queria algo que não só fizesse as pessoas pensarem, como também as fizessem agir. Queria algo grande, poderoso, e ao mesmo tempo despretensioso. Esse era seu sonho. O quarto de Rodrigo não tinha nada, só folhas e folhas escritas frente e verso; tentativas em vão da Grande frase. Tinha uma cama e uma pequena televisão (que seus pais lhe deram na esperança de aliená-lo um pouco, sair da obsessão doentia), nunca ligada antes. Comia só para sobreviver e dormia apenas para descansar as ideias. Nascera somente com um propósito e quaisquer distrações eram completamente desnecessárias.
Até que em um dia, de manhã, aconteceu. Ele acordou já com a frase na cabeça, sem crer naquilo tudo. Tinha, finalmente, criado a melhor frase de efeito do universo e tinha certeza disso. Rodrigo mal conseguia acreditar. Depois de vinte e um anos, finalmente o tão esperado dia chegara. Aquele conjunto genial de palavras era algo tão poderoso que ele não tinha nem coragem de falar, muito menos escrever. Decidiu que sua missão na terra acabava ali. Começou a ligar para todas as pessoas que conhecia (e todas as que não conhecia também) e convidá-las para comparecerem em seu evento, onde dizia que algo inacreditável iria acontecer. Estava tudo marcado para a manhã do dia seguinte, no terraço do décimo andar de seu próprio prédio. O menino estava decidido. Iria proclamar a frase e se jogar do prédio. Era um final perfeito. Se o dia em que a frase chegou à sua cabeça já era o mais importante, imagina o dia em que as pessoas a ouvissem? Rodrigo já não conseguia pensar, de tão exausto que estava de sua bizarra (e contida) euforia. Foi dormir cedo, para estar o mais bem preparado possível no dia seguinte.
Acordou elétrico, repetindo mentalmente a frase o tempo todo. Ela era poderosa demais até para pensar. Enfim, subiu no terraço e uma multidão imensa estava lá. A falta de informação que as pessoas tinham sobre o que ia acontecer criara uma curiosidade tão grande que todos também estavam eufóricos e ansiosos para o que ia se seguir. Tinha gente da mídia, gente da família, antigos colegas de escola, vizinhos e muitos desconhecidos que ouviram de um amigo que ouvira de outro amigo que algo bizarro iria acontecer.
Rodrigo deu passos firmes em direção ao parapeito, subiu nele e apenas com um gesto, conseguiu conter o povo, criando um silêncio mais que sepulcral. Ventava muito lá em cima e o frio só aumentava a tensão de todos. Rodrigo fechou os olhos e repetiu mentalmente a frase mais uma vez em sua mente. Deu uma pausa e enfim a declarou. Em seguida, pulou. Morreu sorrindo e satisfeito.
-Caramba, que menino louco! Se matou! O que foi que ele disse, hein?- perguntou um dos curiosos que assistira à cena
-Não sei, não deu pra entender nada, tá ventando muito.
E o povo, sem entender muito bem a sucessão de fatos estranhos que ocorrera, foi se dissipando e a maioria conversava sobre o vento, que realmente estava muito forte àquela manhã.
Agora o "indo" tem muitos acessos - de riso.


*bateria*

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Cigarro na janela

Outro dia li que o cigarro é a ampulheta dos tempos modernos, achei a ideia muito interessante, mas não foi até outro dia que vi ela sendo totalmente funcional, pelo menos para mim.
Sempre antes de dormir me levanto da cadeira e fumo um cigarro na janela. Enquanto fumo admiro as poucas luzes restantes nos predios e os poucos carros passantes na avenida ao lado, visão está que contrasta gritantemente (por seu silencio) com a paisagem tão cheia de vidas e luzes que era a mesma ah algumas horas atrás. Enquanto admiro, penso, penso que sou louco, penso nos problemas da vida, penso nas risadas amigas e no trabalho que ainda tenho pela frente. Enquanto penso, percebo o que fiz de bom e o que fiz de errado, o que não deveria ter feito e o que me arrependeria se não tivesse. Percebo que preciso melhorar, junto com todo o resto do mundo.
Alguns minutos depois o cinzeiro está cheio e a ambula superior está vazia. Finalmente chega minha hora, o momento que eu evitei ao maximo que se consumasse, a hora de abandonar a serenidade inebriante da noite, somente para acordar pouco tempo depois na sobria claridade de mais um dia.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nuvem

Abraçar o teu corpo
é como abraçar uma nuvem;
traz as lágrimas que chovem
a doçura de um algodão doce...

E o lamento, quão sereno...
toda vez que eu me lembro;
elevo minha voz contra o vento
– é inútil,

como a nuvem, foi-se o tempo.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Perfume

Nem apunhalada eu fui,
que a dor é mais sutil.
Do deslize na hora do beijo,
a dúvida que insiste em partir...
Essa minha dor,
meu desencanto,
a confiança que fica
despedaçada
seus rastros não se permitem
nem sair pacificamente
eu ainda sinto seu cheiro
ecoar na minha mente.


Maria dos Anjos

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Porta retratos

Que medo é esse
que traz seu nome
e faz do esforço
do desapego
um mal necessário ao homem.

Assiste
do alto de um relicário
nos retratos de família,
entre o cinzeiro e o porta-copo,
o envolvimento da mente
o recrudescimento dos corpos

Brinda
mais um dia no mundo
que a noite depois consome
Morte,
talvez seja esse teu nome
e a mão que dá
talvez seja a mesma que tira
e você
já não seja só morte
e nem seja só vida.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Coisa louca
é a vida
que gira
desprevenida
- em cada curva
atrevida!

e como pode
ao fim
ser ainda
absolvida?

e como pode
ao fim
ser ainda

vida?


Acho que sou maluco.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Que não fosse bonita
ou jeitosa

ou ainda que seu cheiro
ainda que
não cheirasse

que seu corpo
celeste
não orbitasse
à minha volta

que fosse previsível
ao menos
insípida
daquelas d'um papo só
d'um gosto só

e que o chamego
não fosse assim
assim
e ah
o é

mas não

não

apenas

que meu coração
fosse
menor.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nas noites de questionamento
Tudo vai esperar
Pois olhar para você
Esgota a pressa e me levanta no ar

Pergunto e espero uma resposta
Aguardo, aguardo..
"Como é viver assim?"
Encadeado ao seu tempo tão amargo

Quanto você faz
Quanto você não faz
Faz muito de nada
Quanto mais tempo, mais nada

Nesse oceano de cautela
Quantos passos você arrisca?
Na profundidade da dúvida
Há de se escolher uma isca
Nos seus céus de incerteza
Em quanta sabedoria há frieza?
E dentro de si mesmo você se esconde
E por lá fica, como monge

Desse jeito você compartilha?
Vejo o que podemos dividir
E quando volto, confirmo:
Também sou um jabuti

Quanto você faz
Quanto você não faz
Faz muito de nada
Quanto mais tempo, mais nada

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tintas, Scooby Doo e Alucinógenos

É mais que uma van florida, indo em direção à neblina – é tanto mais! Está nos gestos, nas falas, nos traços. Mudou uma geração, mudou também algo mais? Scooby e Salsicha, ao se desligarem completamente de tudo o que estivessem fazendo para devorar o que quer que fosse, sabemos todos do que se tratava. Quando, porém, assistimos aos desenhos de hoje, vê-se que algo está diferente. Algo de novo na boca do povo?
Tempos outros, talvez; se, para Johnny Bravo, uma volta no quarteirão era mais que o suficiente para dar início às aventuras suas, reinam hoje espiões, agentes secretos, frenéticos e espertalhões. Ficaram, por fim, os óculos: Jhony, porque não tinha colírio; neles, porque acessório.
Tal mudança é, pois, reflexo de mundo novo, vidas novas, e o que as inspira. Perdeu-se do sonho um bocado. Dedicar a vida a decifrar seus mistérios, não é coisa que se faça; contemplar os fantasmas... Tornou-se fria, a realidade, tornamo-la fria. O estilo Garfield de ser já não satisfaz. Presenciamos novos ares – doces ares. A explosão de cores, os eufóricos delírios, dinamismo impenetrável pelos tradicionais bicho-grilo.
Seja esse, talvez, o fim do processo, a que um dia Lucy principiou (muito embora o céu de diamantes, hoje, mais se assemelhe a um frenesi dos sentidos). E quanto a nós, perguntamos, os que sonharam um dia pilotar a Máquina do Mistério?
Melancólicos, permanecemos, sem respostas. Mas que não se revele.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael

Michael,
Partes cedo dessa jornada
Vais para o longe
(A andar na lua)

Michael,
Partes e fica em nossas mentes
Quem irá pensar nas crianças?
(Partes, apenas partes...)

Michael,
Deixa teus súditos em carência
(O pop morreu,
Agora foi seu rei)

Michael,
You've gone too far
You went to the moon
(But never came back)

Michael,
De nada à fama,
Do preto ao branco,
(E agora?...)

Dança em paz.

Sozinho

como pode, amor
ser tão assim?

como pode, como pode!
tem dó de mim...

que eu sou fraquinho, amor
e o meu coração

é tão sozinho
não se abre com ninguém

Sem nome

Fato é que se vive

Que se acorda, todo dia
em todo o mundo

e que se vai à luta,
e que se vai à escola,
e depois descansa, o corpo cansado

pra inda mais depois
dançar, beber, fumar
e voltar

fato é que se volta
todo dia
pra de novo nascer, de novo, e enfim
unir-se à pueril aurora

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não sei.
não quero!
não consigo mais escrever,

As palavras
não se
comportam
arre
dias!

nãomecomportam,
(são tão
poucas)

não me confortam.

não

Estão roucas as palavras.

não

Meu coração está rouco.


N.A.: Aparentemente, tudo é proposital. Sim, a pontuação inclusive.
2ªN.A. (que se encontra em outro planeta): E o poeta está louco. Sei que está.
3ªN.A.: E o que sana sua voz e sua mente? Os beijos. E ele não sabe beijar-se.
Róseas folhas
desfalecidas
- primaveras que não vivi

memórias
de quem duvida
da vida

(e de seu fim)

gélida sobrevida

n'outono dentro de mim
Analisando: Pânico na floresta 2;
ou A condição humana

O enredo do filme Pânico na Floresta é simples, a trama, um grupo de jovens viaja para o interior, com a finalidade de participar de um reality show. Este simularia o apocalipse, assim impelindo os participantes a situações delicadas.
Com o passar do tempo os até então desconhecidos formam as primeiras alianças, particularmente. Mas descobre-se que eles não estão sozinhos, e que uma família de deficientes físicos e mentais caçava-os para se alimentarem. Esta família, que ora antes de cada refeição, que é religiosa, representa a conservação, o impulso, instintivo, talvez; o profundo.
Os jovens participantes, por sua vez, possuem como significação metafórica a racionalidade, a ponderação, as formalidades.
O confronto do filme é este, em verdade: a razão perseguida pelo animal. O irracional surgindo das profundezas, tomando a situação. A produção do programa é morta. Não há mais controle, as criaturas dominam.
As cameras utilizadas pelo reality show nos mostram a perseguição como assistiria um telespectador; como quem torce e se emociona. Experimentar tal angústia, ver-se encurralado por toda parte.
A civilização emboscada pelo selvagem, e, para sobreviver, selvagens nos tornamos. Viramos o que matamos. E o ciclo se completa.
A luta começa outra vez.

sábado, 13 de junho de 2009

Me segura

mesegura
pois acho
que
estou
caind
o

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Viver é carregar uma cruz nas costas
viver é ser cristo sem o saber
cristo sem céu e sem pai

Viver é talvez ir à praia, ou ao cinema
mesmo sabendo que de nada importa
que nada importa

Viver é mãe das armadilhas, a contradição imposta
viver é transmitir a vida, ou grito, ou cruz,
é matéria vida que já nasce morta

segunda-feira, 8 de junho de 2009

minha agonia me rasga por dentro
o amor me transbora
meu ser grita e me implode
pudera ter a chance de te dar o q vejo
me mordo e e explodo
avise-me se te dei um pouco

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A rosa
ou para Isabel

Flor de sabedoria e tristeza
da verdade harmoniosa
da beleza

me invade,
perfuma,
a boca de seda

mostra, bela,
cintila o desejo
me queima, teu beijo

beijo de pérola,
esmeraldina, és flor,
delírios de primavera

a vida é dura, o chão é pouco
quem sabe sofrer em paz?

a pedra ajuda, a rosa
em fogo, ajuda
tão pouco

sábado, 30 de maio de 2009

um breve aceno
que a humanidade
pôde tirar da minha cabeça
pra estancar na eternidade

beijos, cavaleiros

domingo, 24 de maio de 2009

Amor Eqüino

O amor é como um cavalo arisco: se você não está convicto de domá-lo, fatalmente cairá.

E a queda dói, meu caro, como dói...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

(olhando as gaivotas....)...

uma vantagem básica de voar: cortar caminho. o vôo em linha reta exige um percurso muito menor do que o exigido se o viajante estivesse no chão. as gaivotas não são como os pássaros normais que voam para cortar caminho, algumas delas voam tão alto que acabam "esticando" seu percurso, já que lá em cima o raio da Terra é maior do que aqui. mas não tem problema, elas não têm pressa mesmo...voam longe, muito longe, e são autosuficientes, porque lá Tão Em Cima Assim, não tem nada, nada além de espaço para ser voado. é um mundo onde só existem elas e só elas mesmo! como uma dimensão paralela. de vez em quando, aqui de baixo podemos avistar uma social lá em cima. algumas têm mais de cem indivíduos, que voam sem esforço e confortavelmente. será que alguma vez na história do mundo alguma gaivota já se chocou com outra durante o vôo? acho que não...primeiro porque elas voam muito bem, e segundo porque lá tem muito espaço pra voar!

terça-feira, 12 de maio de 2009

A minha querida professora de Ciências Políticas

quando dançam teus lábios
(e saltam teus seios)

quando fala dos sábios
(ah, quando fala)

vejo em teu busto
abrigo
qual dizia o grego antigo

pólis minha em devaneios
Assim caminho pra faculdade: com passos de formiga e sem vontade...

nao tem título

(indo fumar um cigarro na varanda):
- vendo uma mulher na próxima varanda, tb fumando um cigarro..ela está claramente preocupada com alguma coisa - eu nao. acho q nao se deve levar preocupações para o momento do cigarro, aliás esse é um momento criado com um objetivo completamente oposto.
o que são as preocupações? são provenientes de alguma coisa que queremos (ou temos que) administrar. para que administrar? faz-se isso qd se almeja alguma coisa no futuro, qd queremos alguma coisa.

-pausa para reacender-

o que queremos é mt importante. é o que queremos! nao importa o qnt se quer uma coisa, vale a pena lutar o qnt for necessário para conseguí-la. isso exige disposição, uma palavra importante. sempre vamos precisar disso na vida, em todos os momentos e em todos os sentidos. ter disposição é saber viver a vida, e ser bem sucedido, que é conseguir o que se quer. mesmo que o caminho seja difícil, a vida nao é só relaxar, é principalmente lutar pelo que queremos e gostamos.

"a vida é bela e cruel" -> de algum ponto de vista, a beleza da vida é a sua crueldade?

há questões na vida q nao adianta tentarmos entendê-las para resolvê-las, só com o tempo saberemos o q realmente queremos; enquanto o tempo passa, tudo se torna maior e exagerado, até ficar óbvio o que realmente queremos.

gary

sábado, 2 de maio de 2009

Hoje plutão veio até mim!
Geralmente não gosto muito da minha casa, mas reparei que perto de boas companhias todo ambiente pode ser agradabilíssimo, é só uma questão de poder aplicar o mesmo adjetivos aos individuos que lhe fazem companhia! Reparei também que é ótimo ter amigos com dons teatrais! É extremamente divertido fazer a própria comédia durante as pausas de nossas longuissimas conversas de cunho profundo e estritamente intelectual (ou não).
Também lembrei como é bonita a paisagem que vejo de casa, talvez ela não seja tão bonita nos momentos de solidão, mas certamente compreendi que nunca damos o valor que deveriamos para as coisas que fazem parte da nossa rotina ou que tomamos como garantido.
Entre atuações, discussões filosoficas, muita fumaça e muita comida, considero a noite como tendo um saldo altamente positivo!
Foi estranho quando me despedi de todos, apesar de estar na mesma situação que estou muitas vezes durante a semana, a casa parecia estranhamente vazia depois que meus caros convidados foram embora, acho que preciso sediar mais encontros como este.
Agora preciso me retirar, necessito de energias para a comemoração do aniversário de um grande amigo, comemoração esta em grande estilo, alias!

PS: Um amigo meu vai descobrir a cura para a AIDS!