domingo, 28 de novembro de 2010

eis-me aqui;

estou nu,
estou com as nádegas para fora.

não há que me escute
me leia;

brilho puro
(como a necessidade do dia).




brilho de dia para escurecer à noite

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

colagens

ainá, o mundo é grande
você nem imagina...

por detrás da montanha
o vento assobia uma melodia triste, de chuva;
não é mau presságio,
calma,

a rotação universal ainda não perdeu o ritmo...

encosta o teu coração no surdo da terra
para ouvir pulsar
essa imensidão brasileira
que os rios da América hão de lavar

e se puder me leva
esse gostinho de proibido, de morar bem longe, pra nunca mais...

e aí depois voltar à quentura
o abafado da gente minha e do meu lugar
pisar de novo a estrada de terra, e olhar pro céu, e ter enfim motivo, ainá
pra chorar.

mas o choro, não é mau presságio não
te juro,

é uma ponte que segura dois risos

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

di repente

di repente ficou chato o mundo
fiquei mudo
vou colocar meus óculos escuros

(ah, eu sou tão blazé, eu sou tão blazé...)

nem imagina
o que por detrás
dessas vistas vermelhas
se me assemelha:

uma persiana, uma gôndola
em Veneza uma noite escura e fria

eu te ofereceria um casaco, talvez
tivéssemos uma garrafa de vinho

e acho que a lua nova não poderia ter mais motivos para sorrir.