segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tintas, Scooby Doo e Alucinógenos

É mais que uma van florida, indo em direção à neblina – é tanto mais! Está nos gestos, nas falas, nos traços. Mudou uma geração, mudou também algo mais? Scooby e Salsicha, ao se desligarem completamente de tudo o que estivessem fazendo para devorar o que quer que fosse, sabemos todos do que se tratava. Quando, porém, assistimos aos desenhos de hoje, vê-se que algo está diferente. Algo de novo na boca do povo?
Tempos outros, talvez; se, para Johnny Bravo, uma volta no quarteirão era mais que o suficiente para dar início às aventuras suas, reinam hoje espiões, agentes secretos, frenéticos e espertalhões. Ficaram, por fim, os óculos: Jhony, porque não tinha colírio; neles, porque acessório.
Tal mudança é, pois, reflexo de mundo novo, vidas novas, e o que as inspira. Perdeu-se do sonho um bocado. Dedicar a vida a decifrar seus mistérios, não é coisa que se faça; contemplar os fantasmas... Tornou-se fria, a realidade, tornamo-la fria. O estilo Garfield de ser já não satisfaz. Presenciamos novos ares – doces ares. A explosão de cores, os eufóricos delírios, dinamismo impenetrável pelos tradicionais bicho-grilo.
Seja esse, talvez, o fim do processo, a que um dia Lucy principiou (muito embora o céu de diamantes, hoje, mais se assemelhe a um frenesi dos sentidos). E quanto a nós, perguntamos, os que sonharam um dia pilotar a Máquina do Mistério?
Melancólicos, permanecemos, sem respostas. Mas que não se revele.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael

Michael,
Partes cedo dessa jornada
Vais para o longe
(A andar na lua)

Michael,
Partes e fica em nossas mentes
Quem irá pensar nas crianças?
(Partes, apenas partes...)

Michael,
Deixa teus súditos em carência
(O pop morreu,
Agora foi seu rei)

Michael,
You've gone too far
You went to the moon
(But never came back)

Michael,
De nada à fama,
Do preto ao branco,
(E agora?...)

Dança em paz.

Sozinho

como pode, amor
ser tão assim?

como pode, como pode!
tem dó de mim...

que eu sou fraquinho, amor
e o meu coração

é tão sozinho
não se abre com ninguém

Sem nome

Fato é que se vive

Que se acorda, todo dia
em todo o mundo

e que se vai à luta,
e que se vai à escola,
e depois descansa, o corpo cansado

pra inda mais depois
dançar, beber, fumar
e voltar

fato é que se volta
todo dia
pra de novo nascer, de novo, e enfim
unir-se à pueril aurora

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Não sei.
não quero!
não consigo mais escrever,

As palavras
não se
comportam
arre
dias!

nãomecomportam,
(são tão
poucas)

não me confortam.

não

Estão roucas as palavras.

não

Meu coração está rouco.


N.A.: Aparentemente, tudo é proposital. Sim, a pontuação inclusive.
2ªN.A. (que se encontra em outro planeta): E o poeta está louco. Sei que está.
3ªN.A.: E o que sana sua voz e sua mente? Os beijos. E ele não sabe beijar-se.
Róseas folhas
desfalecidas
- primaveras que não vivi

memórias
de quem duvida
da vida

(e de seu fim)

gélida sobrevida

n'outono dentro de mim
Analisando: Pânico na floresta 2;
ou A condição humana

O enredo do filme Pânico na Floresta é simples, a trama, um grupo de jovens viaja para o interior, com a finalidade de participar de um reality show. Este simularia o apocalipse, assim impelindo os participantes a situações delicadas.
Com o passar do tempo os até então desconhecidos formam as primeiras alianças, particularmente. Mas descobre-se que eles não estão sozinhos, e que uma família de deficientes físicos e mentais caçava-os para se alimentarem. Esta família, que ora antes de cada refeição, que é religiosa, representa a conservação, o impulso, instintivo, talvez; o profundo.
Os jovens participantes, por sua vez, possuem como significação metafórica a racionalidade, a ponderação, as formalidades.
O confronto do filme é este, em verdade: a razão perseguida pelo animal. O irracional surgindo das profundezas, tomando a situação. A produção do programa é morta. Não há mais controle, as criaturas dominam.
As cameras utilizadas pelo reality show nos mostram a perseguição como assistiria um telespectador; como quem torce e se emociona. Experimentar tal angústia, ver-se encurralado por toda parte.
A civilização emboscada pelo selvagem, e, para sobreviver, selvagens nos tornamos. Viramos o que matamos. E o ciclo se completa.
A luta começa outra vez.

sábado, 13 de junho de 2009

Me segura

mesegura
pois acho
que
estou
caind
o

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Viver é carregar uma cruz nas costas
viver é ser cristo sem o saber
cristo sem céu e sem pai

Viver é talvez ir à praia, ou ao cinema
mesmo sabendo que de nada importa
que nada importa

Viver é mãe das armadilhas, a contradição imposta
viver é transmitir a vida, ou grito, ou cruz,
é matéria vida que já nasce morta

segunda-feira, 8 de junho de 2009

minha agonia me rasga por dentro
o amor me transbora
meu ser grita e me implode
pudera ter a chance de te dar o q vejo
me mordo e e explodo
avise-me se te dei um pouco

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A rosa
ou para Isabel

Flor de sabedoria e tristeza
da verdade harmoniosa
da beleza

me invade,
perfuma,
a boca de seda

mostra, bela,
cintila o desejo
me queima, teu beijo

beijo de pérola,
esmeraldina, és flor,
delírios de primavera

a vida é dura, o chão é pouco
quem sabe sofrer em paz?

a pedra ajuda, a rosa
em fogo, ajuda
tão pouco