segunda-feira, 1 de outubro de 2012
coisas que explodem no microondas
http://coisasquexplodem.blogspot.com.br/
tomate
ovos
(cozidos
ou não
de codorna
de galinha todos)
uva (sério)
farofa
que mais (?)
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Hoje é domingo
Hoje é domingo,
pede cachimbo...
cachimbo é de ouro
bate no touro
o touro é valente
bate na gente
a gente é fraco
cai no buraco
buraco é fundo
acabou-se o mundo.
Outros portos
(para Caetano e Mautner)
Atrás daquela onda,
tem mais outra,
e outra onda...
Além desses ares,
outros mares,
se procurares...
É mister resistir ao
irresistível,
irrefreável...
Faz só 15 minutos
que partimos do último cais;
Depois daquela linha, quantos portos
não haverá por detrás?
sábado, 1 de setembro de 2012
mito de sísifo II
a angústia -
é como um braço:
às vezes, na hora de dormir
incomoda, esse não saber
o que fazer com ela...
mas é respirar
profundamente,
e saber que ela é só
e também você
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Nada tem a ver com ela
Nada nada tem o que se pareça nada, nada tem a ver comigo nada, nada para fora de mim nada para dentro. Nada que quer sair sai nadando a não ser que se cuspa na água. Nada, na verdade se expele. A vontade maior de dizer algo nada em ciclos. nada que dá voltas. Nada que engana dura pouco. Como nada que se acende se apaga a não ser que se jogue tempo a não ser que se jogue água nada faz nada Nanda nunca fez nada nada fer nada nada fernanda nada, Fernanda nada para longe.
domingo, 26 de agosto de 2012
6o sentido
Eu vejo poemas mortos.
não sei bem se mortos, diria
que alguns ainda nem nasceram.
Eles me olham, me fintam
analisam meu caminhar (torto e desajeitado)
alguns vão comigo pra todo lado, outros, aparecem-me
e tiram a roupa e se exibem inteiras num breve instante...
Por isso não leio, não escrevo
estão cá comigo os poemas, (um me observa
por sobre o ombro, enquanto derramo essas linhas natimortas).
E às vezes eu falo por eles...
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
porta-retrato
meu vô era ilustrador.
já bem velhinho, me dizia
"a vida é a única folha em
branco de que dispomos..."
hoje longe, muitas léguas
nos separam no tempo,
mesmo assim respondo:
"não gostou, vô? usa o verso"
Logo mais no jornal da noite
Prometeu foi levado
algemado para delegacia
quem prendeu foi o delegado,
que encontrou no bolso do criminoso
um isqueiro, que havia roubado, ali do lado
na padaria...
- Por isso, Prometeu, por um isqueiro, foste acorrentado?
(Poema em 7 pavimentos)
A letra maiúscula
se ergue aos céus
parabólica, tão
mundana. O pon-
to final, se não
me engano, é
umapedranotérreo .
domingo, 5 de agosto de 2012
Brabuletas no meu jardim
(tudo é pouco)
Querer é pouco, tem que fazer.
Fazer é pouco, tem que lutar.
Lutar é pouco, tem que ganhar.
Ganhar é pouco, tem que adorar.
Adorar é pouco, tem que largar...
Mas em não dando certo, não hesite em tentar de novo de novo de...
Eterno Retorno
Deus é poeta
Mas nem sempre foi
Primeiro, ele fez as formigas
Depois, as abelhas, que fizeram o mel
Feito poeta, ensinou a uns homens aí
Que descobriram o mel
E reinventaram a poesia
Deus foi poeta
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Astrologia
(mentiras sinceras)
pés no chão e pé na terra
vai subindo pelas canelas
coxas partes umbigo, vai
subindo ombros pescoço rosto
e os braços continuam, dedos
podem apontar todas as estrelas
assim diz o meu mapa astral:
–> você está aqui <–
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Avenida Atlântica
(para Carlos Drummond)
O tráfego, que em ondas vem
e carrega consigo uma névoa
escurecida, porém,
também faz um ruído
impossível de se abafar...
foi por que mesmo, poeta, que nós trocamos de mar?
domingo, 29 de julho de 2012
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Lugar Comum
(ou baixo gávea)
Lugar comum é a esquina da língua brasileira
tá vendo ali? O amante sempre manda por mensagem
já aquela, é uma rima em ‘ão’, tão decadente, pobrezinha
e a rima interna? passa sozinha e despercebiba,
- me empresta um cigarro –
- é me dá que se diz... –
o do chinelo fudido, não presta
passa vícios de linguagem todo dia
o dia todo...
fazer o quê, os estrangeirismos gostam...
perdoa não a sintaxe
já se vai paragoge
disse que volta
não credito
(fazer um’ apócope
apost(r)o(fe)
sábado, 21 de julho de 2012
Você é o que você fala
(para Heráclito)
Eu, por exemplo
sempre que posso
introduzo uma merda
no diálogo
(a cada frase,
entre dois pontos...)
E pensando bem
mesmo se você não
falasse, ainda assim seria
mudo
(tá foda, esse lance de ser
humano...)
Pronto falei
"Dentro é tudo mudez" Olavo Bilac
Dentro é tudo mudez.
Dentro é mudez tudo.
Dentro tudo é mudez.
Dentro mudez é tudo.
Dentro mudez tudo é.
Mudez é tudo dentro.
Mudez dentro é tudo.
Mudez tudo é dentro.
Mudez dentro tudo é.
Tudo dentro é mudez.
Tudo mudez é dentro.
Tudo dentro mudez é.
É tudo mudez dentro.
É tudo dentro, mudez...
- Mudez que grita!
quarta-feira, 18 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
Força e Luz
como esses bueiros
feito mil bocas
segredos a
revelar
vivo
(e que ora explodem):
nunca
não deixe
nenhum
desatino
levar sua condição
de bom
menino
quinta-feira, 7 de junho de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Praça Cazuza
Uma idéia bem-pensada
pode ser pior
que mil livros...
Quem nasceu pra ser
depósito
que seja
(sem hipocrisias ou falso-moralismo)
Insalubre não é
constatar
que a seta que miramos pra um lado
vai parar no de lá.
Nada me enjoa mais
que ouvir esta frase:
o que você faz?
Ora pois! se não perco meu tempo
conversando com quem pergunta
"o que você faz";
sabedoria e conhecimento,
separa-os uma linha tênue;
este, se vê acrescido
do "ou não".
diz-me de que te serves
e verás se de fato conheces.
Já sabedoria, mais sábio seria calar...
Do minuto em que você acorda
ao instante em que você dorme
(inclusive durante o sono):
em todos
você sonha.
domingo, 27 de maio de 2012
um poema numa página em branco:
poema é o que toda propaganda da Coca queria ser
um cartaz de si mesmo
trailer sem filme
bíblia sarcástica
talharim sem fim
nem começo...
uma formiga andando na tela do computador, é o poema
(ou na folha em branco)
- cá entre nós, vocês acham que ela sobreviveu?
- cá entre nós, vocês acham que ela sobreviveu?
sábado, 26 de maio de 2012
M'deMoisElle
(6+7/7+6)
Esses últimos dias
foram como vinte anos.
Quanto tempo mais preciso
pra falar em saudades?
Esses últimos dias
foram como vinte anos.
Quanto tempo mais preciso
pra falar em saudades?
Prece
Meu carnaval começa na quarta-
feira de cinzas, não levo pra
casa ressaca, e só me entendo
com cachaça barata...
Essa melancolia, que me é tão
cara, ela é minha casa, ela é
a minha cara, eu tenho dó e me
dói o peito pensar...
Um ano inteiro a procura pra
chegar fevereiro e ir por á-
gua a baixo, tudo é samba e
ninguém é mais nada...
domingo, 20 de maio de 2012
Areia colorida
de cada dia fica
-sedimento, substrato
cada dia um grão
-plasma instantes no ato
grão de areia colorida
(no Nordeste, artesãos
em pequenas garrafinhas
rejuntam de grão em grão)
o que fica de cada dia, cada dia
fica um grão.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
feitiço do tempo
"mudanças são encontros de mundos possíveis"
Acordei e a( )manhã não veio
o mesmo hoje de ontem adentrou-me os pulmões
levantei.
Quem falou que o tempo passa
nada!
Se adensa, eterna promessa
de uma qualquer mudança
ficou pra hoje...
mas a manhã não veio.
Acordei e a( )manhã não veio
o mesmo hoje de ontem adentrou-me os pulmões
levantei.
Quem falou que o tempo passa
nada!
Se adensa, eterna promessa
de uma qualquer mudança
ficou pra hoje...
mas a manhã não veio.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Leblon: passeio
como olhar daquelas senhoras
que já foram lindas, e o céu a-
laranjesse ao entardecer,
enterneço
pra não ter de assumir: belo
é quem beleza, qual estrela
anos-luz ilumina à distância
a vida aqui.
que já foram lindas, e o céu a-
laranjesse ao entardecer,
enterneço
pra não ter de assumir: belo
é quem beleza, qual estrela
anos-luz ilumina à distância
a vida aqui.
sábado, 5 de maio de 2012
Todo errado
Viver é o único crime imperdoável.
Não hesite em pedir desculpas
Você nunca será perdoado.
segunda-feira, 30 de abril de 2012
zum zum zum
o poema como um estranhamento
escolhido a dedo numa escala de trezentos e dezoito tipos
(a escala dos esquimós)
Haja coração
mentira
verdade
afeto
acesso
medo
desterro
tormentas
pretérito
perfeito
creio
ação
medo
sujeito
chão
canção
desculpas
palavras
o vento
leva.
sábado, 28 de abril de 2012
sábado, 21 de abril de 2012
Ilha de Creta
Labirintos sem minotauro
não valem a pena ser percorridos
ou,
Minotauros sem labirinto
não valem a pena ser combatidos?
limitações práticas
existem graus de impossibilidade:
há quem prefira escrever à de-
corar a gramática.
os limites do prático são os mes-
mos que o do batman, o herói
sem super po-
deres. Já o Superman, que lhe
importa o tamanho ou o horror
da criatura
fantástica... toda força é pro-
blemática, correndo sem ru-
mo, carregando
pedras enormes por onde pas-
sa; por isso os labirintos, da i-
lha de creta.
uma forma assaz sintomática
de dizer que os muros da pri-
são, são os
únicos que se pode pixar sem
preocupação.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Fórmula #1
É preciso respeitar o corpo
do poema, o sintagma, o
morfema, pra que o piloto
não acabe morto, esporte
perigoso, dá até pena da
mãe desses coitados, vida
que brilha, mas tão pequena
não viu?
passou...
terça-feira, 17 de abril de 2012
Mais uma loja?
É disso, então, que precisamos, mais uma loja? Talvez nas suas vitrines e prateleiras aí eu me identifique... Desconfio que não. Me pergunto quem vende essas respostas prontas para os problemas da vida de hoje? E mais: quem verdadeiramente as compra? Para debaixo de que tapete varremos essas perguntas que os olhos já estão cansados de ignorar? É para lá que devemos mirar. Desconfio, ainda mais profundamente, que as ditas respostas não estejam à venda. Que tenhamos de inventá-las, assumindo o risco e o mérito inerente à toda empreitada. Quem tem medo do novo?, quem tem a perder? E, antes de tudo, quem, na solidão de sua individualidade, há de solucionar o que se nos apresenta a todos enquanto coletividade?
Repare:
Que se tornou a rua, a praça, espaço público por princípio, senão um vazio que conecta duas propriedades? Todas as questões se tornaram, então, particulares?
Ao que interessa:
Há um prédio que, sendo um enorme monumento ao mal-gosto, localizado à Praça Cazuza (esquina entre duas das mais valorizadas vias da cidade) encontra-se fechado há meses. O espaço antes abrigou uma franquia da rede Mc'Donald's e posteriormente um comitê de campanha do candidato José Serra (daí ter sido apelidado de Mc'Serra) e, desde as últimas eleições, está às moscas. Proponho aos meus concidadãos que pleiteemos junto às autoridades encarregadas a criação de um Centro Cultural, um espaço dedicado ao debate e ao livre-pensar, à troca e às experimentações, tanto artísticas quanto vivenciais.
Até porque, as atribuições de qualquer governo que se preze não se restringem a retirar das calçadas as mesas dos bares, ou multar veículos estacionados em local irregular; mas também proporcionar e incentivar o diálogo entre as pessoas que vivem ou transitam pelo seu território. Digo que não precisamos de mais uma loja, nem de outro escritório (sem negar-lhes a devida importância). Mas urge que criemos, antes de mais nada, um espaço onde o futuro possa ser construído por todos e para todos.
Aos que comprarem esta idéia, peço que ajudem a divulgá-la. Aos que creem ser este um esforço vão, respondo preferir não conseguir a sequer tentar.
Agradecido,
Santiago Lampreia Buarque Perlingeiro.
Ventisílva
Ventilador é uma coisa engraçada:
faz circular o que ninguém vê
mas sente.
Manda embora o calor e refresca a gente...
se ventila ou no exaustor, são dois caminhos
diferentes (ou é o mesmo, muda o sentido?)
Já o ar-refrigerado, não fede nem cheira,
fica lá, todo parado, e às vezes até esquece
que está ligado (vulgo termostato)...
Ventilador é coisa devera engraçada
faz circular mas não deixa esquecer
o que ninguém vê
mas sente.
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Perde, ganha

Assistir morrer a um velhinho,
é coisa boa.
pelo menos isto ainda está no lugar:
a vida.
(se entristeço, lembro
que cada um velhinho
já foi criança um dia)
Ver chorar um menino,
desanda tudo...
e pensar quantos deles
ficaram pelo caminho
(aí, as lágrimas correm, e tenho vontade
de rir e chorar com eles);
acho que nunca superei a juventude.
domingo, 15 de abril de 2012
Sintaxe
Sinta-se à vontade
para ligar os pontos
como bem entender.
Este co' este outro
quem sabe mais
quem sabe mais um pouco...
Chegue mais perto e
perigas ver: sinta-
se a própria vontade
de ler, de entender.
Sintaxe, paragoge
figuras de linguagem
nunca nada quiseram
dizer. Dizem o que
você bem for capaz
de depreender.
sábado, 14 de abril de 2012
Verde
como tratar as cores
usando só tinta e pena?
***
verde verde verde
queria tanto rever-te
nas páginas do meu poema...
***
folha grama dóllars
tudo isso me consola
mas de verde, verde mesmo
só a fama...
***
contigo deitar-me
filigranas de amor na flora
mosquito inseto folha, bicho
tudo mais se evapora...
***
não sei por que
não posso não devo
senão aqui aludi-lo, verde...
***
sigo, pois, verde sendo
fiel e sempre sereno
no cumprimento da onda.
***
(onda: mar azul)
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Galileu Galilei
O
feito um sol, meu amor:
agora, que me importa
saber quem gira em
torno de quem.
importante é que dói
só de olhar.
Nas profundezas do raso
Ali sim.
ali dá pé
boto fé, você
tome cuidado pra não
se afogar nessa tempestade
que anuncias, apesar me pareça
não haver muito mais que quatro dedos dágua
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Oração a Minos
(Poética)
Guardar o touro.
é preciso guardar o homemtouro
pra que ninguém encontre
a fera
a fera
pra que ninguém desmonte
o labirinto
a fera
guarda
ou é guardada?
(//)
largar o ouro.
é preciso largar todo o ouro
pra que alguém encontre
e eternize
eternize
o seu maior tesouro
diz o instinto
é eterno
e ainda
vindouro
(///)
largar o osso.
preciso é largar sempre o outro
se você o ama
mesmo
mesmo
pra que alguém a encontre
por aí
a esmo
e confirme:
deste mole
mesmo
quarta-feira, 11 de abril de 2012
terça-feira, 10 de abril de 2012

"Assim como um regato corre sem ímpetos, enquanto não encontra obstáculos, do mesmo modo na natureza humana, como na natureza animal, a vida corre incosciente e descuidosa, quando coisa alguma se lhe opõe à vontade. Se a atenção desperta, é porque a vontade não era livre e se produziu algum choque. Tudo o que se ergue em frente da nossa vontade, tudo o que a contraria ou lhe resiste, isto é, tudo que há de desagradável e de doloroso, sentimo-lo ato contínuo e muito nitidamente. Não atentamos na saúde geral do nosso corpo, mas notamos o ponto ligeiro onde o sapato nos molesta; não apreciamos o conjunto próspero dos nossos negócios, e só pensamos numa ninharia insignificante que nos desgosta. — O bem-estar e a felicidade são portanto negativos, só a dor é positiva."
Schopenhauer - As Dores do Mundo
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Como a morte se infiltra
(João Cabral de Melo Neto)


Certo dia, não se levanta,
porque quer demorar na cama.
No outro dia ele diz por que:
é porque lhe dói algum pé.
No outro dia o que dói é a perna,
e nem pode apoiar-se nela.
Dia a dia lhe cresce um não,
um enrodilhar-se de cão.
Dia a dia ele aprende o jeito
em que menos lhe pesa o leito.
Um dia faz fechar as janelas:
dói-lhe o dia fora delas.
Há um dia em que não se levanta:
deixa-o para a outra semana,
outra semana sempre adiada,
que ele não vê por que apressá-la.
Um dia passou vinte e quatro horas
incurioso do que é de fora.
Outro dia já não distinguiu
noite e dia, tudo é vazio.
Um dia, pensou: respirar,
eis um esforço que se evitar.
Quem deixou-o, foi a respiração?
Muda de cama. Eis seu caixão.
domingo, 8 de abril de 2012
No Afeganistão

enquanto as bombas caem
neguinho se ama em Cabul
quando os tanques entram
quando os pássaros voam
neguinho se ama em Cabul
e se o caminhão não veio
neguinho se ama
recolher os corpos...
muitas coisas vem e vão depressa demais em Cabul;
tantas outras
não.
(Versão sem cortes)
enquanto as bombas caem
neguinho se ama em Cabul
quando os tanques entram
neguinho se ama, em Cabul
quando os pássaros voam
neguinho se ama, em Cabul
e se o caminhão não veio
neguinho se ama em Cabul
recolher os corpos...
muitas coisas vem e vão depressa demais em Cabul;
tantas outras
não.
terça-feira, 3 de abril de 2012
Pode ser?
(ou passatempo na mesa do bar)
Bebe-se Coca
ou Pepsi bebe;
se não tem Pepsi
a Coca cola
e se não cola,
bebe-se Pepsi.
Bebe-se Coca
ou Pepsi bebe;
se não tem Coca,
Pepsi cola, mas
não tendo cola
Coca se bebe.
Bebe-se Coca
Cola ou Pepsi;
se não tem cola,
Coca ou Pepsi
,
água se bebe.
Bebe-se Coca
ou Pepsi bebe;
se não tem Pepsi
a Coca cola
e se não cola
bebe-se Pepsi...
Bebe-se Coca
ou bebe-se Pepsi;
se não tem Coca,
Pepsi cola, mas
e se não cola?
Coca se bebe...
Bebe-se Coca
Cola ou Pepsi.
Se não tem cola,
Pepsi ou Coca,
(escolhe-se outra):
Guaraná bebe-se.
Goya
(ou a arte de abrir janelas)
As figuras, a linguagem
são como musas do artesão,
janelas.
Abri-las se pode para
a realidade, os homens pobres
a corte, os nobres...
Pode-se abri-las para uma
miragem, cena montada
cenografada, pura imagem...
Quem sabe até, poder-se-ia
abrir janelas para o infinito
e idéia teríamos sobre o que é relativo.

sábado, 31 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
Quando eu nasci
mãe e pai me dão presente
que saudade fiz passado
e na perspectiva de
felicidade futura
farei família
à altura
(assim espero)
quarta-feira, 14 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Terra
a gente vem de longe
de algum lugar do espaço
e você mesmo sendo redonda
me parece um ótimo chão, eu acho
pra levantar barreiras e depois
cobrir com folhas de
bananeira,
o que chamam lar, e fazer
um som agradável, ou
quem sabe um quadro,
mas só não te falo
que meu melhor poema
não fui eu que fiz,
foi você, e desconfio
(veio do espaço)
domingo, 11 de março de 2012
MST
(ou reforma agrária em 3 vozes)
o coração é um latifúndio improdutivo
e casinhas com quintal para os amigos
e um casarão colonial para os amores.
só não há flores,
nem reza, nem vela
nem crack nem coca que cole
os cacos, não há que rejunte, quando se quebra...
- e viva a reforma agrária!
Ad eternum
O que ela mais quer, é
saber o que ela mais quer, é
saber onde é que vai dar, esse
querer saber onde é que vai dar...
mas essa rua é sem saída,
e as ruas sem saída
são assim mesmo.
e no fundo,
toda rua é
(sem saída,
mesmo)
Maria de Araujo Lima
quinta-feira, 8 de março de 2012
terça-feira, 6 de março de 2012
Dig it
a verdade é um bichinho
que habita o peito
do sujeito profundo
(qual topeira ou formiga)
e apesar que comova
só nos cabe imaginar, se
não há que o remova
sem danificar...
a verdade é um bichinho
que pulsa e no silêncio,
dizem podê-lo escutar.
na verdade o bichinho
é quase um segredo,
que se leva pra cova
(ou seria pro altar?)
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Por quê mudar o mundo?
Porque você vê algo que ninguém mais sabe?...
ou seu sonho,
um platô nas nuvens da realidade utópica?
uma revolta, uma ira, fuga sem volta...?
Então olhe em volta!,
vê algo ou alguém fazendo alguma coisa?
Fica na tua,...
se eles quisessem mudar
realmente algo
já teriam feito por conta própria.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Preço: #1
o poema vale
quanto pesa o poema
vale quanto pode
ser usado como ofensa
ou consolo, vale
seu valor de uso e troca
a forma, não vale
quanto pode ser usado para
conquista
da namorada, e também
servir de piteira,
combustível
de fogueira...
me andam tão caros os poemas.
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Tão Brasil
a esperança falida
entrou com recurso
no tribunal de acasos,
mas o juiz estava viajando...
outra letra de musica
te dei meu coração
com ternura e com carinho
e você fez virar chorinho
este samba que eu te fiz
eu sempre quis
serei feliz
ainda
um dia
desses...
da outra vez não
serei eu quem vai sair chorando
o orgulho que Deus me deu
e o meu carinho vão
sair cantando,
cantando
eu sempre quis
vou ser feliz
ainda
um dia desses...
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Migração Alada
alguns pássaros nunca deixam o ninho.
o vôo é longo, em perspectiva
que é a vida,
mas
outros nunca páram, alguns pássaros
não se contentam
com céu,
o sol,
nem o norte geográfico lhes basta
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
domingo, 29 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
As formigas
as formigas que os prédios vêem
quando olham pra baixo
somos nós.
também andamos em fila sem
nenhum aparente sentido
no ladrilho
e jamais olhamos pra cima;
da próxima vez que você pensar em
esmagar uma formiga
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
/
a felicidade é positiva.
eu sei que ela sobe pelo pescoço
brinca na língua
e vai
saliva
é tipo uma dor só que não é.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Cultura política X Política cultural
"não basta procurar respostas políticas para problemas culturais"
O Rio de Janeiro já contribuiu com grandíssimos nomes para a cultura brasileira. Cito Tom e Vinicius, muito por alto. Mas fez mais ainda ao acolher os artistas vindos das mais variadas partes do país, e alçando-os à glória nacional.
//
Já está mais que claro que a cultura carioca (enfatizo suas mais variadas expressões artísticas), esbanja criatividade mesmo sem incentivo algum; e ainda há quem chute o corpo agonizante...
//
Quem mais acredita que uma nova abordagem sobre a cultura, politizando-a (não partidarizando), seria uma proposta viável para o aparente impasse da indiferença política e da apatia cultural?
A Descoberta
A poesia está no osso!!
A poesia está no ofício!
não procure mais por ela
nos morros nos bares na favela
ninguém nenhum centavo
um beijo, talvez, molhado
um vômito no sapato
mas
tinta e papel contra a vida:
acabou
(são um outra vez)
domingo, 15 de janeiro de 2012
Papo de mineiro
Rapaz, quando se esgota uma mina
não há 'pra baixo' que resolva:
o jeito é procurar outra.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
583
Dizem que viver é como esperar no ponto
um ônibus que nunca passa...
você dorme, acorda, sai, volta pra casa
e ele ainda não passou...
Vai ver por isso a morte me parece um ônibus
que nunca pára, quando o sinal fecha
e faz lembrar a quem ficou...
a ilusão se desfaz:
seremos sempre fomos
passageiros
Em algum lugar da América
Como aquelas antigas linhas encravadas no chão de algum deserto
de uma perdida civilização,
que apenas os deuses do céu poderiam ver,
e seus criadores jamais chegaram...
assim te dedico, acaso, destino, como te chamares...,
minha vida, quando eu me for
um parâmetro só de saudade:
criar perspectivas inimagináveis
objeto X artifício
Pra quê fazer um verso? É pergunta que cabe? Não aqui. Mas tendo feito, que dele posso saber?
Se escrevo em versos, é porque suponho uma tal Poesia, com P maiúsculo? Os versos são neutros: desconfio muito... Mas qual seu peso, sua ideologia? Quem lê versos não lê poesia. Quem lê poemas... A poesia está no osso!, no ofício!, em toda parte, menos nos versos. Como a laranja não está na cor laranja; o poema é o protocolo do verso. 2ª via, autenticado e o escambal...
Que responder? Que é preciso explodir com tudo, rima métrica e o caraleo.?. Se já o fizeram tantos, tanto, antes de mim: e o que ficou? Uma promessa vaga e íntima de poesia: como se ela não atingisse as multidões...
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
7 faces dela
não existem dois amores.
o artifício
é dionisismo barato
que apela para os buracos do corpo.
está mais para a bala
do traficante
que para
o papelote.
o mistério é o mal é o novo.
flor nascida
do ovo de Colombo
(ou seria Cabral?)
ilha magistral, terra de Vera Cruz:
quanto do teu segredo
inda não veio à luz...
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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