sexta-feira, 7 de outubro de 2011

0


o zero é separar numa folha em branco.
branco do branco.
branco sobre branco.
sob branco...
isto daquilo, daqui pra lá
não passa
mesmo que seja nada
(até porque se um tentasse
não seria mais zero, seria um).

zero é o próprio ato de zero:
sua linha
que cerca a si mesma
cria um dentro
(e um fora)
onde podem nascer uns, e doises,
e três, e quatros e um milhão!
infinitas vezes...

antes era nada...
zero pra quê?
se tem zero, não bota nada
vai fazer outra coisa (arranjar algum?)
...

mas não, tinha que vir um engraçadinho
falando que o nada é um grande nada
e tudo é o que existe...

De que entranha onírica, Mãe Terra, tiraste
estes espécimes que tanto me confundem a cabeça e fazem

eu andar pelas linhas tortas.?!


Nenhum comentário: