Um suave bailar entre túmulos
algo de infância na atmosfera sombria
– a imagem do túmulo, não como falta
absoluta, mas como ponte que simboliza
o elo entre estes dois mundos;
este mundo grave e cinza
e do outro lado
o .
Talvez isto explique o frio
excessivo àquele entardecer de domingo, em que
o encontro, senão trágico, o mais verdadeiro
se deu
Encontramo-nos e o baixo gávea
tão amigavelmente nos acolheu.
Quem diria, por entre as fendas
por entre os cantos ralos bueiros
dos mais surrados dos mais
mortivos
você me apareceu
Juntos enfrentamos o domingo
e o tédio e o bode e a culpa
a chopes e steinheagers
um fim de semana perdido
ou encontrado?
Como explicar senão pela falta
senão com silêncios, como explicar
senão com poesia
aquele suave bailar entre túmulos?
Um homem vendia rosas, bem me lembro,
mas nós nada compramos;
nada nos abalava, justo a nós que
por entre túmulos
suavemente
bailamos.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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3 comentários:
Isso é bom demais, não pode estar certo.
(E que se calem os pedidos por comentários; esse foi o mais construtivo que consegui fazer, hihi)
Fantástico, fantástico, fantástico!!
o acaso nos traz tanto, não é?...
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