segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tintas, Scooby Doo e Alucinógenos

É mais que uma van florida, indo em direção à neblina – é tanto mais! Está nos gestos, nas falas, nos traços. Mudou uma geração, mudou também algo mais? Scooby e Salsicha, ao se desligarem completamente de tudo o que estivessem fazendo para devorar o que quer que fosse, sabemos todos do que se tratava. Quando, porém, assistimos aos desenhos de hoje, vê-se que algo está diferente. Algo de novo na boca do povo?
Tempos outros, talvez; se, para Johnny Bravo, uma volta no quarteirão era mais que o suficiente para dar início às aventuras suas, reinam hoje espiões, agentes secretos, frenéticos e espertalhões. Ficaram, por fim, os óculos: Jhony, porque não tinha colírio; neles, porque acessório.
Tal mudança é, pois, reflexo de mundo novo, vidas novas, e o que as inspira. Perdeu-se do sonho um bocado. Dedicar a vida a decifrar seus mistérios, não é coisa que se faça; contemplar os fantasmas... Tornou-se fria, a realidade, tornamo-la fria. O estilo Garfield de ser já não satisfaz. Presenciamos novos ares – doces ares. A explosão de cores, os eufóricos delírios, dinamismo impenetrável pelos tradicionais bicho-grilo.
Seja esse, talvez, o fim do processo, a que um dia Lucy principiou (muito embora o céu de diamantes, hoje, mais se assemelhe a um frenesi dos sentidos). E quanto a nós, perguntamos, os que sonharam um dia pilotar a Máquina do Mistério?
Melancólicos, permanecemos, sem respostas. Mas que não se revele.

4 comentários:

Chong disse...

Sei lá o que dizer!
Palmas!!!!!
simplesmente excepcional, gostei muito!

Juko disse...

Jenial, com "J"!
Me amarrei muito!

Morgan Freeman disse...

Vai se fuder santiago, larga a escola e vai escrever

- Ponei

Gigante da Montanha disse...

Eu ainda acho esse o melhor texto do blog..