terça-feira, 13 de julho de 2010

Como se houvesse realmente

algo entre nossas faces tão juntas,

em nossos olhos tão admirados

(um véu que aflorasse ao toque?)


Como se, pele com pele,

pernas com pernas,

peito com peito,

houvesse mesmo qualquer evidência

de algo além de dois seres

dois seres em contemplação

tenra

profunda


Como se houvesse mesmo

entre as peles rentes,

roçantes,

qualquer indício de uma metafísica amorosa,

que explicasse a dissipação de todo o mundo

quando tudo desemboca num só ser...


Como se duas vidas conseguissem realmente se aproximar

ainda mais do que permite essa existência,

além desse estreito vão entre dois corpos amorosos

que com tanta sede,

tanto desejo,

tanta vontade,

tenta ser preenchido

Um comentário:

Unknown disse...

poxa... nem falo nada